Era uma vez...
Era uma...
Era uma vez...
Porra!
Johnny levanta da escrivaninha amassa o papel e pensa “Mais um dia sobre a face da Terra”!
Veste sua jaqueta de couro surrada e pega a chave da motocicleta.
O chaveiro é uma mulher seminua com um balãozinho dizendo “Give me more!”,
que Johnny comprou quando visitou o Paraguai pela primeira vez, em busca de um trabalho de office boy em um Cassino Clandestino.
Lá, Johnny conheceu Manoel Arcanjo, proprietário do Cassino “El Panamá”. A primeira coisa que Miguel disse a Johnny foi: “Filho, que nomezinho de merda!” (Em Castelhano)
Ao que Johnny retorquiu: “Não é um nome seu idiota! É como me chamam no Brasil.”
“Foda-se.” disse Manoel “Entra logo”
Miguel era gordo como muitos dos Paraguaios donos de Cassinos. Possuía longas olheiras e cheiro de perfume barato com cigarro. Um colar de correntes douradas entrelaçadas. Um dente de ouro. “Já não fazem mais disso por aqui”. Uma aliança de compromisso. “Tenho cinco filhos, mas nem todos foram com prostitutas daqui”.
“Ok. Entendo”
O Lugar fedia à mofo com incenso. Era abafado e escuro. Era possível observar a luz vermelha acima do bar. Um garçom careca e não muito amistoso enxugava um copo. De cabeça baixa, parecia nem se importar com a presença de Johnny.
“Aqui é onde acontece o jogo.” disse Manoel.
“Às 19h a gente se reúne aqui para o pôquer.”
“Quero que você chegue por volta das 23.”
“Aí, eu te entrego o bagulho e você chispa.”
“Apenas esse horário, vou estar com o carregamento.”
Johnny meteu a mão por dentro do bolso e enquanto apalpava o corpo da mulher que dizia interminavelmente “Give me more!”. Pensou “Mas que merda de vida! Nem no cinema esse tipo de ação é mais legal”
“Ok! 23 horas eu tô aqui.”
“Está bem! Já sabe como chegar...”
Deixou o local sem aceitar uma bebida. Estava cansado e chovia muito lá fora. Estava com a roupa de motociclista. Pegou às estradas tortuosas que levavam até Assunção.
28/Junho/2017
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